Do autor
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Salazar a instauração da Ordem
Entre 1932 e 1934, período capital para a instauração da “Nova Ordem”, Salazar monta cirurgicamente os pilares daquela que viria a ser a mais longa ditadura europeia do século XX. Seguindo o implacável plano arquitectado por Salazar, Arnaldo Madureira, investigador de História Contemporânea, desconstrói um a um os mecanismos que levaram à consolidação do seu poder.
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Salazar e a Igreja
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Igreja Católica na Origem do Estado Novo
Nas vésperas do 28 de Maio os revoltosos estavam divididos em duas facções: uma, que tinha como dirigente o capitão de mar e guerra José Mendes Cabeçadas, apostava num projecto político de cariz democrático; a outra, na aparência liderada pelo General Gomes da Costa, batia-se por um estado forte, que estabelecesse a ordem na política, nas ruas e nos espíritos, e reorganizasse política, económica e socialmente o país. Com a presença do Episcopado poertuguês, realizavam-se, em Braga, as cerimónias litúrgicas do Congresso Mariano. Gomes da Costa prometeu-lhes, então, se triunfasse, o reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja, a liberdade de ensino religioso nas escolas particulares, a restituição à Igreja dos bens que estavam na posse do Estado e que lhe haviam pertencido, e a aposentação dos párocos. Rapidamente Cabeçadas e Costa foram devorados por um processo que reflectia as divisões dos homens que disputavam o poder, com ideias diferentes quanto ao modelo de sociedade que queriam, e quanto aos modelos ideológicos que defendiam. Sem que ninguém em rigor contolasse politicamente os acontecimentos o processo revolucionário continuou, com a situação financeira do país a agrvar-se. Vivia-se num clima de guerrilha permanente, de boatos, intrigas e notícias alarmentes. A Igreja católica, nessa altura, esteve ao lado dos que se batiam por uma solução autoritária de direita. No dia 27 de Abril de 1928 Salazar entrava para a pasta das finanças. Ao lançar os fundamentos de uma gestão responsável e coerente das finanças portuguesas, encontrou ao seu lado o mundo católico. Mais, quando a 29 de Junho daquele ano apelou aos portugueses para que pagassem as suas contibuições de uma só vez, em vez de o fazerem em duas prestações, a Igreja mobilizou-se. Em documentos individuais os bispos recomendavam aos seus párocos, em particular, e aos seus paroquianos, em geral, que cooperassem com o ministro das finaças, na”obra patriótica de salvação do país”. Começava-se, assim, a lançar uma política e um projecto, que iriam vigorar por muitos anos.
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A Questão Religiosa na I República
A 5 de Outubro de 1910 era proclamada a República em Portugal. Corroída por uma profunda crise a monarquia cedia. Iniciava-se a perseguição às ordens religiosas e aos seus membros, acusados de responsáveis pelo atraso do País. Três dias depois da vitória republicana o Governo Provisório ordenava a aplicação integral da legislação do Marquês de Pombal e de Joaquim António de Aguiar sobre associações religiosas e conventos. Rapidamente o novo Executivo suprimia o juramento religioso e os actos civis na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, extinguia o ensino da doutrina cristã nas escolas primárias, ordenava que deixassem de existir os feriados em dias santificados, decretava o divórcio e novas leis sobre o casamento e a protecção dos filhos, etc. A 20 de Abril de 1911 chegava a hora de ser publicada a tão desejada, por uns, e a tão temida, por outros, Lei da Separação do Estado das Igrejas. A 1.ª Guerra mudou muita coisa. As crenças e a fé religiosa revigoraram. As quaren-tenas espirituais, as procissões, os abaixo assinados para que o Corpo Expedicionário que seguia para França incorporasse capelães militares, etc., intensificaram-se. Depois surgiram as aparições de Fátima. Com Sidónio Pais a Igreja Católica ganhou espaço e viu a Lei da Separação ser suavizada e as relações diplomáticas entre Portugal e o Vaticano restabelecidas. Depois de Sidónio e da Monarquia do Norte, a Igreja tomou consciência que seria de outra forma que teria de defender os seus interesses. A 18 de Dezembro de 1919 Bento XV dizia aos católicos portugueses que a Igreja não devia estar sujeita a facções nem servir os partidos políticos, antes lhe competia exortar os fiéis a obedecerem ao Governo, “seja qual for a Constituição Política”. Os bispos, o clero e o Centro Católico adaptaram os seus comportamentos e discursos a essa orientação. A Igreja e as suas organizações passavam a defrontar os grupos radicais anticlericais, e os monárquicos-católicos, que os acusavam de apoiarem a República maçónica e laica. Por entre revoltas, conspirações, greves, assaltos a estabelecimentos comerciais, atentados à bomba e a tiro, etc., a República agonizava. A desordem persistia e com ela novos tempos se anunciavam. A Igreja, por processos constitucionais, aproveitava esse caos e movimentava-se para reassumir o peso que tivera na sociedade portuguesa.
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A Formação Histórica do Salazarismo
Quando tomou posse da pasta das Finanças a 28 de Abril de 1928, Oliveira Salazar não trazia consigo uma brilhante e intensa carreira política. Surgia apenas como um reputado especialista financeiro a quem era pedido que equilibrasse o orçamento e as contas públicas e reformasse a administração. Nada mais. Cansada de hipocrisias e especulações, muita gente apoiou este homem distante e reservado, a quem não se conheciam ambições políticas porque sempre dissera que as suas ambições se limitavam às aulas e ao convívio com os amigos. Depressa os resultados do seu trabalho se viram. Em pouco tempo cumpria os desígnios para os quais tinha sido chamado. Ao fazê-lo, conquistava pessoas e influências. Aos poucos os seus apoios multiplicaram-se, estendendo-se dos meios monárquicos e católicos até um importante grupo republicano-maçon da zona centro de Portugal. Com este trabalho procura-se estudar as circunstâncias históricas que levaram Oliveira Salazar de ministro das Finanças a chefe de Governo, com poderes que desde o fim da Monarquia mais nenhum ministro teve. Propomo-nos assim conhecer e compreender o curso dos acontecimentos e as discussões ideológicas, políticas e económicas, que sacudiram o país de 1928 a 1932.
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