Do autor
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Poder e Ensino. Os manuais de história na política do Estado Novo
Ao contrário da memória que o regime do Estado Novo construiu sobre si próprio, a sua afirmação não foi natural nem fácil e foi conseguida através de sucessivas vitórias no plano militar e institucional. O mesmo aconteceu no campo da educação e particularmente no ensino da História. No momento da génese e afirmação do projecto do Estado Novo confrontaram-se abertamente distintas perspectivas e projectos relativos à sociedade portuguesa. Os debates sobre o público a que o liceu se destinava, sobre as políticas de ensino, os programas e manuais escolares e sobre as finalidades e o objecto do ensino da História inserem-se neste confronto. Neste trabalho pretende-se perceber a expressão dos conflitos e dos consensos a nível da educação no processo de definição da nova ordem política. Pretende-se também determinar o lugar que as políticas educativas e as normas definidas para a produção dos manuais escolares para os liceus tiveram no projecto educativo do Estado Novo. E, no momento em que diversos modos de pensar a sociedade se debatiam, pretende-se perceber como é que os conflitos da sociedade portuguesa dos anos trinta se reflectiram na disciplina de História e se definiu o seu objecto, conteúdos e discurso, contribuindo para divulgar e impor um modelo e um imaginário de sociedade.
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