Do autor
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Moeda e Comunicação
19.08€O estudo de Maria João Silveirinha, que é agora apresentado pela Livros Horizonte, vêm preencher uma importante lacuna, na medida em que analisa o dinheiro em termos de consolidação de um sentimento de pertença a um espaço comum. Um aspecto não apenas incontornável para o estudo da União Europeia, mas “bastante interessante”, segundo a Chefe da Representação Europeia em Portugal, Margarida Marques – também prefaciadora desta obra. Segundo Margarida Marques, é também interessante “constatar o papel fundamental da comunicação social na formação da opinião pública, bem como na construção de um sentimento de pertença a um espaço e objectivos comuns, através da transmissão de significados e valores específicos”. Um estudo que nos interpela também “pela abordagem original de análise de uma União Europeia já economicamente consolidada e que procura, também através da sua moeda única, encontrar uma legitimação para uma União política”, acrescenta. Maria João Silveirinha é docente no Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Como investigadora tem centrado a sua atenção nos temas da identidade colectiva e nas suas relações com a comunicação e os media.
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Identidades, Media e Política
21.20€A reflexão sobre o tema da “identidade” está muito ligada à crítica do sujeito feita nas últimas décadas. Há, com efeito, factores fundamentais que descentram a noção de nós próprios, sendo a articulação das “políticas de identidade” a face visível de uma crescente mudança nas condições da nossa formação. A partir da constatação da fragmentação do sujeito político e do crescimento de movimentos sociais heterogéneos, este livro procura repensar a acção em relação a novas formas de subjectividade e a questões de justiça social. Para isso, os termos “identidade”, “comunidade” e “comunicação” são explorados como vectores de um nexo conceptual de contornos fluidos que definem o espaço de análise como intercepção das respectivas problemáticas, articuladas numa rede de partilha de valores, práticas e significados. Como resultado desta exploração, a “identidade” adquire, para além da sua vertente sociológica, uma dimensão política e comunicacional – assumindo-se simultaneamente como processo e resultado de formas de pensar e agir sobre si e sobre os outros num campo de acção coordenada. O feminismo como “política de identidade” ocupa, ao longo desta discussão, um importante papel. Tendo as ideias de “indivíduo” e “comunidade” ressurgido nos últimos anos, esta obra procura ainda explorar as diversas dimensões que as atravessam, pela discussão habitualmente conhecida como o debate entre comunitários e liberais. Como “terceira via” a esse debate, e seguindo uma perspectiva habermasiana, o trabalho defende que é possível solucionar os conflitos de uma forma justa, por meio do diálogo, propondo um cidadão cuja identidade é ancorada na experiência de comunicação democrática, em instituições e comunidades discursivas ou dialógicas. No centro da discussão estará uma legitimidade sustentada por razões articuladas livre e equitativamente, base de uma intersubjectividade colectivista e autónoma. Face ao pluralismo de identidades, defende-se, é no espaço público que resolvemos as nossas disputas morais, políticas e sociais. O livro procura, assim, explorar algumas das complexidades deste espaço público, nomeadamente pela centralidade dos media neste mesmo espaço.